Núcleo de Leitura Fabulografias - ALB
Oficina na Diretoria de Ensino – 15 de maio de 2015
Exposição “Aparições” no Museu da Imagem e Som – Campinas – SP - 7 de maio de 2015
Oficina na escola Educap – 24 de abril de 2015
Fomos convidados a algo novo: uma oficina do Núcleo destinada a alunos secundaristas de um colégio particular de Campinas, o Educap. Primeiramente, os alunos foram convidados a partilhar imagens trazidas que tinham sido atravessadas pela pergunta “Que áfricas ventam por você?”. Logo que chegamos, todos se encontravam organizados esperando pelo novo que vinha, então apresentamos dois vídeos produzidos por nós como forma de introduzi-los à proposta. Logo após, montamos uma mesa para degustação contendo livros, imagens, textos e instrumentos por nós levados e também com as imagens levadas por eles. A interação, que, de início, se mostrava um pouco arredia, logo tornou-se fluida. Reverberações não demoraram a surgir, como um grupo de alunos a produzir som de funk, um ritmo tão hostilizado, mas que faz parte do desenvolvimento musical de uma geração de jovens brasileiros e que transpassa os muros do elitismo.
Depois, interagimos de modo oral, com apresentação de produções da própria oficina e dos outros materiais componentes da mesma. O som voltou a surgir e garantir fluidez naquele espaço que tinha como objetivo fazer acontecer.


Oficina Semana da Educação – FE/Unicamp
por Mirna Rolim
Ao todo foram sete participantes nesta oficina e o envolvimento foi inteiro. Montamos uma instalação na sala de atividades corporais na Faculdade de Educação na Unicamp, incluindo livros, imagens, produções de oficinas anteriores, poesias, tecidos, objetos que remetessem ao universo afro-brasileiro, galhos, folhas secas e música. Os participantes entraram para a oficina em meio a esta atmosfera performática, curiosos, e um tanto reticentes.
Conversamos em roda sobre o núcleo e suas ações e os convidamos a explorar os elementos ali que, expostos, compunham o cenário. Foi um momento de mergulho, cada um vivenciando internamente o que aqueles estímulos movimentavam e ecoavam. Aos poucos, estes movimentos e ecos começaram a sair do âmbito individual e a serem compartilhados por meio da leitura em voz alta de fragmentos de histórias e poesias que ali se encontravam.



Deste momento para a criação de imagens e textos foi um passo fluido. Mais uma vez o movimento partiu do individual para o coletivo, pois inicialmente cada um elaborou uma frase poética, um desenho, e posteriormente essas criações foram interagindo entre si naturalmente, havendo inclusive algumas consonâncias nas produções, fruto de uma sintonia sutil que se instaurou nesta tarde agradável e produtiva.
Oficina no SESI - Campinas
por Angélica Brotto
O Coletivo Fabulografias partilhou uma oficina de poemas-imagens no SESI Campinas, entre os dias 13 e 14 de novembro. O tema “Literatura africana em língua portuguesa” entrelaçou em um grupo, de aproximadamente dez pessoas, muitas possibilidades de re-criações e contatos com a memória de Áfricas passadas e presentes.
Partindo de chamados, que nascem de questões atuais sobre as africanidades vivenciadas no Brasil foi possível estabelecer conexões entre o sensível, que tocava a cada um dos participantes, em significados múltiplos. Assim, as atividades resultaram em diversas leituras do tema, a partir de foto-imagens, poemas, sons, filmes, história e uma deliciosa roda de prosa.
No primeiro dia foi disposto um banquete de imagens e poesias, um convite à interação com a criação do grupo, o movimento foi fecundo, de muita atividade imagética. Já, no segundo dia, foi possível conversar mais a respeito da poesia africana, per- passando pelas linhas de sua historicidade e composições. Ao final, o grupo assistiu ao filme “Cartas para Angola”, seguindo de um debate, misto de conversas poéticas, ao sabor dos rastros históricos e vivências de cada um.
Oficina-sarau no evento “Afetos Nascentes” - Museu da Imagem e Som de Campinas - novembro de 2014
por Angélica Brotto
O encontro envolveu artistas, pesquisadores, universitários e público, reunidos para uma criação audiovisual coletiva a partir do tema mudanças climáticas, seca, inundações e as adaptações. O evento foi organizado pela Sub-rede Divulgação Científica e Mudanças Climáticas da Rede CLIMA ligada ao Laboratório de Estudos Avançados em Divulgação Científica (Labjor – Unicamp).
O espaço do MIS foi tomado por cachoeiras de pano, simulações digitais de mar/água, exposição de sons e sentidos. Criamos um rio que desembocava na rua, cheio de poemas, mini-contos, livros e imagens produzidas e/ou selecionadas pelo Coletivo. Havia folhas também e cheiros. Esse rio nascia de uma cabaça, utensílio muito utilizado no armazenamento e transporte da água e símbolo da criação do mundo e das águas na cultura ioruba. Começamos a declamação dos poemas. E ali havia uma composição de sentidos: músicas, toques, leituras, e observações através dos rios, das imagens, das folhas, explorando imaginações que transbordam o tema.
A participação do Coletivo Fabulografias na exposição foi inundada de sensações e reconstruções. O espaço incorporou o devir do momento, expresso através do rio que comungou poesia, imagens, cheiros e música e envolveu as pessoas ali presentes num transe: a voz virou o instrumento, o instrumento poesia, a poesia imagem, a imagem cheiro. Veio então, o momento de ouvir. A tradição que emana da oralidade foi sentida nas palavras de Babalorisa Faseyi Dada, que narrou aos ouvidos atentos o valor sagrado da água. Água enquanto geradora de todas as vidas, si mesmo como parte de um todo. O clamor por respeito inundou os sentimentos, um respeito pela vida que abriga a si e ao outro.
Pelos muros da cidade, um encontro
Em frente ao MIS um encontro que reverberou. Uma intervenção do Coletivo Comunicadores Populares com criações de diversos artistas em homenagem a Cláudia Silva Ferreira assassinada no Morro da Congonha pela Polícia Militar do Rio de Janeiro em março de 2014.
Seu nome era Claúdia, e ela não foi arrastada pelas ruas, presa ao carro de policiais, acidentalmente. Ela foi assassinada, sua carne negra, é a carne mais barata do mercado. O racismo é velado, mas persiste, seleciona, marginaliza e destrói muitas vidas. Do lado de fora, um paredão gritava aos nossos olhos uma denúncia da discriminação e violência às quais os negros estão, cotidianamente, expostos na sociedade. Não seremos cúmplices, não esqueceremos... Seu nome era Claúdia.
Oficina na Diretoria de Ensino de Campinas Leste - outrubro de 2014
por Rodolfo Fordiani
O Núcleo Fabulografias - ALB foi convidado a participar de um evento de capacitação sobre ensino com foco em africanidades, buscando a descolonização e combate ao racismo presente em todas as esferas sociais, inclusive na do ensino. O público era composto por professores coordenadores da Diretoria de Ensino Campinas Leste. Nesta manhã de trabalho os professores tiveram contato com múltiplas formas de apresentar a questão. Uma aluna vestida com traje do seu terreiro Candomblé falou de sua religião e convidou a todos para irem até a casa dela conhecerem de perto toda essa riqueza que resiste. Alguns alunos da escola que sediou o encontro apresentaram um espetáculo composto por axé e capoeira. Foi muito axé! Uma das palestrantes tratou da presença dos negros no esporte, no entanto, desconsiderou questões políticas e se posicionou muito distante do que propunha mesmo aquilo tudo: o combate ao racismo.
Montamos uma exposição com imagens criadas em outras oficinas, poemas, mini-contos, livros e instrumentos. O retroprojetor apresentava o vídeo também criado pelo coletivo. Após uma aproximação e recepção do público na exposição, começamos a experimentar a criação através da fala, do toque e da expressão que foram revelados naquele contato com os elementos dispostos.
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